segunda-feira, 28 de junho de 2010

ÚLTIMOS DIAS DE MARIAS, no Tusp, São Paulo!!

Estamos encerrando nossa temporada no Tusp, na cidade de São Paulo, últimos dias quarta e quinta (30 de junho e 1º de julho) às 21h!!


Agradecemos à todos que de alguma forma ou outra estiveram conosco nessa temporada, a equipe doTusp pela recepção e acolhimento  nesses dois meses, aos amigos que estiveram presentes, aos amigos que fizemos durante este tempo, a todos que nos ajudaram na divulgação e especialmente ao Emerson Rossini e ao Pedro Vieira!


No dia 17 de Julho às 21h estaremos na Mostra Em Cena de Teatro em Sçao Pedro!!!


Beijo pra quem é de beijo e abraço pra quem é de Abraço!


Coletivo Estalo


Marina Henrique
Gabriela  Elias
Marcos Manga
Karina Degaspari
Paulo Heise 
Eduardo Américo

segunda-feira, 14 de junho de 2010

[Arquivo] Publicado no Jornal de Piracicaba de 17 de julho de 2009




Coletivo Estalo apresenta “Marias”, a partir da obra de Brecht
Publicado no Jornal de Piracicaba de 17 de julho de 2009
Rodrigo Alves
rodrigoalves@jpjornal.com.br
Ocupar um espaço alternativo da cidade para falar da solidão humana é o que faz o Coletivo Estalo, formado por Gabriela Elias, 32, Marina Henrique, 33, Eduardo Américo, 32, e Paulo Heise, 37. Em um antigo salão do bairro Monte Alegre, a trupe descobriu um espaço que no passado servia para apresentações teatrais. E dele se utilizou para compor a peça Marias, com estréia marcada para hoje (17/07/09), às 20h, na avenida Comendador Pedro Morganti, ao lado da Biblioteca Olavo Bilac. Em cartaz também amanhã e domingo (dias 18 e 19), com entrada gratuita, a trama permanece em destaque até 9 de agosto, sempre aos finais de semana, temporada com ingressos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada).
Livremente inspirado no poema A Infanticida Marie Farrar, do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, o espetáculo retrata um universo de solidão e abandono, onde, na busca por saídas, um mundo particular é criado. Marias (Marina e Gabriela) vivem só numa casa no meio do nada, uma singela hospedaria empoeirada. Lá, cantam ao vento seu silêncio à espera de viajantes, que, vez ou outra, para se esconder do frio da noite, passam por ali e enchem de vida aquelas vidas abandonadas. São Marias que apreciam a presença, se esquecem da presença e se revelam na presença de seus hóspedes “para que se possa ver como sou eu, como é você”, como diria Brecht em seu poema.
No rústico prédio do bairro Monte Alegre descoberto pelo coletivo há um pequeno palco italiano, mas que não servirá para abrigar a interpretação de Marina e Gabriela. Como a meta é romper com a chamada “quarta parede do teatro”, o teatro recebeu velhos bancos para acomodar o público, assim como as laterais do espaço. O cenário é mínimo: uma mesa e sobre ela algumas velas. No chão há um pequeno baú, uma cadeira, roca e alguns lampiões. “São objetos de hospedaria no meio do nada”, filosofa Gabriela.
As discussões da montagem começaram com o universo feminino. Depois de se deparar com o poema do Brecht, a trupe estudou o teatro épico e até o infanticídio. Do cinema, encontrou inspiração no documentário canadense Camelos Também Choram, indicado ao Oscar e cujo enredo aborda a rejeição materna. Ao final, o coletivo percebeu que se tratava de um espetáculo sobre a solidão e não apenas sobre o universo feminino. “Percebemos que era um espetáculo sobre a solidão do ser humano: seja pelo abandono, pela falta de amor, afeto e social”, conta Gabriela. O processo de pesquisa começou em 2007, mas foi interrompido em julho de 2008, com o nascimento do filho de Marina, e o retorno ocorreu em março deste ano.
A trilha sonora criada por Américo funciona como uma espécie de personagem da trama, pontuando as fases das Marias. “Uma música representa a euforia do corpo, a outra, a solidão. Num outro momento, é a redenção e a euforia do corpo, da alma e do espírito”, cita o instrumentista, que permanece em cena com seu bandolim (tocado como se fosse um alaúde) e violoncelo.
Da mesma forma o coletivo compôs a iluminação, sob a responsabilidade de Heise. Sua preocupação foi eliminar toda e qualquer semelhança com o teatro atual. Por isso, no espaço de interpretação não há um foco de luz sobre os personagens e reforça o caráter intimista do espaço e da interpretação do elenco.
A trupe analisou vários locais para abrigar a trama, entre eles o Engenho Central, Centlo Cultulao e a Casa do Artesão, pois tinha em mente explorar um espaço alternativo e fugir do tradicional palco italiano. “Sempre paqueramos o bairro, mas não sabíamos exatamente onde fazer a montagem”, diz Marina, que após descobrir espaço com seus colegas teve que colocar a casa em ordem, removendo camadas de poeiras, teias de aranha e reestruturando até o sistema de iluminação. O local foi cedido pelo empresário Balú Guidotti. “Sempre soubemos que a dramaturgia seria construída dentro da sala de ensaio”, contextualiza Marina.
Por acreditar que a história do local não vem para competir com a peça, mas sim criar um permanente diálogo, o grupo preferiu não se aprofundar no que aconteceu ali no passado. “Quando nos deparamos com este espaço deteriorado percebemos que era o local ideal, além de estar no bairro ideal”, diz Américo.
De acordo com Gabriela, a intenção do coletivo é aproveitar o local após o período de encenação, com exposições, oficinas e espetáculos da cidade e de fora. “Queremos transformar este espaço numa zona de cultura de Piracicaba”, afirma, ao fazer planos de atrair a comunidade local e também a população de outros bairros da cidade.
As atrizes tiveram a orientação do diretor Francisco Medeiros.
FORMAÇÃO
O Coletivo Estalo surgiu em 2006, com a proposta de estudar o teatro, a dança contemporânea e o audiovisual. O primeiro espetáculo montado foi Uma História de Borboletas, adaptado a partir de obra de Caio Fernando Abreu e com David Kawai no elenco. A peça participou da Mostra Caio Fernando Abeu, no Casarão Belvedere, em São Paulo, de 6 de maio a 28 de junho.
A carreira no teatro de Marina Henrique, 33, começou aos 15 anos, nas oficinas ministradas na Sala 2 do Teatro Municipal Dr. Losso Netto, oferecidas pela Secretaria Municipal da Ação Cultural e com Reinaldo Santiago e Marcília Rosário à frente. Sob a condução de Gustavo Trestini, atuou no espetáculo Hádeuses, no Tusp (Teatro da Universidade de São Paulo). Na Unimep, enquanto cursava rádio e TV, participou do espetáculo Nonoberto, Nonemorto, do Andaime. Formada pela EAD-USP (Escola de Artes Dramáticas da Universidade de São Paulo), ela participou  da Companhia do Latão.
No caso de Gabriela Elias, 32, o início de sua trajetória é semelhante: a paixão pela arte de atuar fora descoberta com os diretores Reinaldo e Marcília, o que contribuiu para que ela integrasse o quadro de alunos da primeira turma da Ceta (Companhia Estável de Teatro Amador de Piracicaba). Enquando fez o curso de jornalismo na Unimep, atuou em quatro peças do Andaime: Nonoberto, Nonemorto; Lugar Onde o Peixe Pára; Comovento e O Segredo do Café com Biscuit. Atualmente coordena as aulas de teatro no Colégio CLQ e faz dublagens de filmes e seriados.
Professor do curso de rádio e TV da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), Paulo Heise, 37, é iluminador de teatro, videomaker e possui mestrado em cinema. Por oito anos trabalhou na gabaritada Companhia do Latão e entre os grupos que trabalhou está o Andaime Teatro.
Já Eduardo Américo, 32, possui formação em composição e regência pelo Conservatório Dramático Musical de São Paulo e tem a sua trajetória atrelada à composição de trilhas para o teatro pedagógico nas escolas Waldorf, inicialmente em São Paulo, e agora em Piracicaba, como professor de música no ensino fundamental. Trabalhou no espetáculo de bonecos Acorda! Vem Ver a Lua, a partir da obra de Villa-Lobos.
PASSADO
A história do prédio que vai servir para a encenação é cheia de curiosidades, mas nem mesmo os moradores mais antigos podem precisar datas e fatos. O paulistano Fortunato Fleury Sunhiga, 70, radicado em Piracicaba há 35 anos, apresentou-se no espaço quando tinha 20 anos, com o espetáculo amador Que Mãe Eu Arranjei. “Naquela época passava as férias na cidade e gostava de assistir aos filmes que passavam ali, sempre aos sábados”, diz.
Já o fotógrafo aposentado José Luiz Tonin, 67, se recorda que o bairro chegou a possuir o Grêmio Dramático Monte Alegre, sendo que seu pai, Guido Tonin, era um dos responsáveis. “Meu pai ensaiava os espetáculos em casa e até criou a Escolinha Pandeló, para ensinar as crianças. Mas quando ele assumiu, acho que em 1954, o espaço já existia. Sei que a comunidade era grande e todo mundo tinha o hábito de frequentar. Mas o teatro não durou muito e não sei os motivos de ele ter acabado”, diz.
De acordo com Sérgio Ranier Pelegrini, 70, o bairro Monte Alegre sempre valorizou a cultura e a partir da década de 40 um grupo iniciou ensaios e apresentações de forma espontânea. Mas o primeiro local de encontros, já naquela época, estava em condições inadequadas e foi demolido. Com isso, em meados da década de 50, veio o salão, já com projetor de cinema. “A família Morganti doou um projetor. Como o salão era bem maior, tínhamos as sessões de cinema, bailes e teatro. Era sempre lotado”, diz Pelegrini. “A moçada foi crescendo e perdeu o interesse. E teve a televisão e outras coisas que dispersaram a atenção das pessoas”, explica.
No início da década de 90, Pelegrini e um grupo de moradores ocuparam o salão para as reuniões da terceira idade, com direito a bailes e shows de seresteiros. Neste período, o prédio já estava deteriorado e foi necessária manutenção. Ele até iniciou o ensaio de algumas crianças, mas desistiu depois que o salão precisou ser dividido ao meio, para ceder espaço a uma igreja. Segundo estima, até o final do ano passado as reuniões da terceira idade aconteciam naquele local.
SERVIÇO
Espetáculo Marias, com o Coletivo Estalo. Estréia hoje, às 20h, no Antigo Teatro do Monte Alegre (avenida Comendador Pedro Morganti, s/n.º, ao lado da Biblioteca Olavo Bilac), bairro Monte Alegre, com entrada gratuita. Em cartaz até 9 de agosto, sempre às sextas-feiras, sábados e domingos, às 20h, com ingressos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). A capacidade é de 40 lugares. Informações enviadas pelos organizadores.

Coletivo Estalo em Cartaz no TUSP, com MARIAS até dia 1º de Julho!!!

TODAS AS QUARTAS E QUINTAS ÀS 21h.
Rua Maria Antônia , 294 (prox Mackenzie)
Se você se chama MAria a entrada é franca!!!


“MARIAS”    livremente inspirado no poema “A Infanticida Marie Farrar” de Bertold Brecht, retrata um universo de solidão e abandono. Onde na busca por saídas, um mundo particular é criado.
Marias vivem só numa casa no meio do nada, vertida em uma singela hospedaria empoeirada. Lá, cantam ao vento seu silêncio a espera de viajantes, que vez ou outra, para se esconder do frio da noite passam por ali e enchem de vida aquelas vidas abandonadas.
Marias apreciam a presença,
Marias esquecem a presença,
Marias se revelam na presença de seus hóspedes,

“... para que se possa ver como sou eu... como é você...”